Artigo de 2010 - Avenida Paraná o símbolo do descaso

Avenida Paraná o símbolo do descaso




Quando algum sorocabano se desloca da área central da cidade em direção à Zona Industrial , especialmente pela Avenida Paraná, no Cajuru, tem a sensação de estar entrando em outro município. Ela não se assemelha às grandes e principais avenidas e rodovias, limpas, organizadas, sinalizadas, bem ajustadas, que cortam a nossa cidade. A percepção que se tem é de total abandono.


Existem diversas rodovias de acesso à cidade de Sorocaba , todas muito bem cuidadas e que demonstram o grande desenvolvimento e qualidade de vida da nossa cidade:


· A SP-97 Sorocaba-Porto Feliz, sempre se encontra bem cuidada, com seu acostamento pavimentado, sinalizado e recapeado;


· A Castelinho SP-75 dispensa qualquer tipo de apresentação;


· Já por Brigadeiro Tobias e Araçoiaba, a Raposo Tavares, SP-270 também dispensa apresentação;


· A SP-264, Sorocaba-Salto de Pirapora, apesar de não estar duplicada em toda sua extensão, está sinalizada, com boa manutenção, pavimentação de seu acostamento e outras benfeitorias;


· E até mesmo a Sorocaba-Iperó que é uma estrada vicinal está totalmente recuperada e recapeada, oferecendo aos seus usuários plenas condições de uso.


Entretanto, a Avenida Paraná SP-79 Sorocaba-Itu, que é uma das vias de acesso mais importantes da cidade de Sorocaba , que tem seu início na ponte do Rio Pirajibu, e se encerra no trevo do quilômetro 80 da Castello Branco, está em péssimas condições de uso, desamparada pela administração pública. São 6.100 metros de extensão, onde encontramos diversas indústrias de pequeno, médio e grande portes, um comércio forte na sua área central, dezenas e dezenas de galpões industriais e prestadores de serviços, núcleos habitacionais populares, condomínios fechados de médio e alto padrão.


A força econômica desta região é imensa, basta verificar nos cofres públicos o quanto ela arrecada de tributos, porém, é fácil perceber o descaso das autoridades, dos governos constituídos em relação a esta avenida da Zona Industrial.


A Avenida Paraná, na verdade, encontra-se há muito tempo abandonada, não possui acostamento, tem poucas sinalizações, os abrigos e paradas de ônibus estão tomados pelo mato e entulhos, pois foram construídos em áreas sem pavimentação, o que agrava ainda mais a situação dos usuários de ônibus nos períodos chuvosos, com a lama, e a poeira, nos períodos secos.


No ano de 2008 foram implantados aproximadamente 40 pontos de luz nesta avenida, visando melhorar a iluminação e sua segurança, entretanto, tal benefício chega a passar despercebido em função do conjunto de abandono da mesma. Esse trecho da rodovia se tornou a principal rota de desvio do pedágio, enquanto a rodovia Castello Branco e a Castelinho se encontram privatizadas e bem cuidadas. Infelizmente, temos que arcar com o preço daqueles que não querem pagar o pedágio da Castelinho, acarretando ainda mais a problemática da SP-79, provocando graves acidentes, atropelamentos e até mortes.


O que gera profunda revolta por parte dos moradores locais é que a privatização foi implantada há muitos anos, com o conseqüente pedágio, mas o discurso político de que a privatização poderia levar à obtenção de recursos financeiros para manutenção e ampliação das estradas administradas pelo poder público estadual não saiu do papel, nada aconteceu até agora.


Volto a enfatizar, quando você entra no Cajuru pela Avenida Paraná, não tem a impressão de estar em Sorocaba e, sim, nos rincões, locais inóspitos do interior do nosso país, onde existem aquelas rodovias federais (BRs) que nunca receberam manutenção, sendo impossível identificar o leito carroçável asfaltado e a estrada de terra. Pior que isso é a falta de perspectiva de mudanças dessa situação, pois há anos estamos clamando às nossas autoridades; inutilmente. São muitos discursos, muitas promessas, muitos pré-projetos e nada se concretiza. Entram períodos eleitorais e passam mandatos inteiros e nada é feito neste pequeno trecho de rodovia.


Conheço toda extensão da SP-79 que se inicia na região de Campinas passando por Indaiatuba, Salto, Itu, Sorocaba, Votorantim, Piedade, Tapiraí, Juquiá, desembocando na BR-116; e posso afirmar, com toda a certeza e total tranqüilidade, que não existe nenhum trecho tão abandonado e deteriorado como os 6.100 metros da Avenida Paraná, no Cajuru.


Como à visibilidade de nossos governantes é ruim, e em face do alto interesse comunitário, é que recorro a este jornal a fim de que ele possa, por meio desta, tornar pública esta lamentável e injusta situação.


Este é mais que um apelo, uma denúncia da omissão política a que os Executivos Estadual e Municipal relegaram essa importante via. E que, esperamos, por meio desta publicação eles possam ser despertados para as suas respectivas responsabilidades e, enfim, cumpram com o seu dever!


Felicito os veículos de comunicação da nossa cidade quando destacam projetos de avenidas, assim como de rodovias, inclusive levantando de maneira persistente e pragmática a bandeira da duplicação da SP-264, Sorocaba-Salto de Pirapora; aliás justíssima.


De acordo com a Estatística de Tráfego do Departamento de Estradas de Rodagem, hoje o volume médio diário (VDM) da SP-79, no trecho Itu–Sorocaba é de 11.000 veículos; já o VDM da SP-264 no último ano foi de 8.031 veículos.


A SP-264 é visivelmente melhor cuidada do que a SP-79, principalmente no trecho denominado Avenida Paraná, entretanto nada se fala desta região, que muitos classificam como a “Jóia da Coroa” ou até como “Locomotiva de Sorocaba”, no entanto muito pouco valorizada.


Até quando iremos ficar em segundo e terceiro plano? Até quando diremos amém aos nossos governantes que não enxergam esta região?


Gostaria de enfatizar que a Avenida Paraná também merece atenção dos poderes constituídos, inclusive da imprensa; e lembrá-los que também pertence ao município de Sorocaba.



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